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FESTIVAL AMBIENTAL EM PLENA PANDEMIA?


Porque fazer um festival de cinema ambiental em plena pandemia? Porque discutir preservação, sustentabilidade, reflorestamento enquanto milhares de pessoas estão morrendo por falta de ar dentro de suas casas ou em frias salas de hospitais?


Pensamos muito nisso, não só por questões básicas de segurança, mas também considerando esse momento de luto em que vivemos no país. Mas, considerando as possibilidades tecnológicas, que nos permitirão fazer um festival 100% online (gratos ao nosso parceiro Polo do Audiovisual - http://www.poloaudiovisual.tv/) e a importância que consideramos ter um debate ambiental nesse exato momento, decidimos fazer.


Primeiro, porque a arte tem se demonstrado um auxiliar indispensável nesses tempos de isolamento social, quando temos que ficar trancados dentro de casa e nos aprofundamos mais em nós mesmos, com os corações mais abertos para as provocações, sensibilizações, soluções e respostas que só a arte consegue proporcionar. Ou seja, livros, televisão, cinema, salvando nossos corações.


Segundo porque acreditamos que exista, no fundo, uma relação direta do egocentrismo e o negacionismo que observamos hoje em dia em relação à pandemia com um negacionismo e egocentrismo histórico com relação à necessidade de preservação do meio-ambiente.

Não que as origens da pandemia estejam relacionadas diretamente com a relação do homem moderno com o meio-ambiente – embora as causas iniciais possam muito bem estar ligadas a isso – mas a sua proliferação está com certeza ligada a essa visão individualista de mundo, onde a proteção individual, os interesses próprios, o “lucro do meu negócio” é que rege as ações e decisões das pessoas, relegando para segundo (para terceiro ou quarto, às vezes) a preservação da vida dos outros.


No moemento mais trágico de nossa história, o sentimento que leva uma pessoa a provocar uma queimada ou derrubar uma mata, a construir uma fábrica que polui um rio que atravessa uma cidade, é talvez o mesmo que leva alguém a se recusar deliberadamente a usar máscaras e protestar contra o lockdown e o isolamento social, em uma visão puramente egoísta da realidade, demonstrando um profundo desprezo pelo ser humano e tudo o que vá além de si mesmo e de sua própria vida.


A preservação da vida no planeta, que sempre foi o tema de ambientalistas, hoje também é a principal causa para todos nós que nos preocupamos uns com os outros, que nos cuidamos e nos protegemos, não pensando exclusivamente em nós mesmos, mas em um mundo como um todo energético, orgânico e funcional onde a vida de todos nos interessa e é a razão principal de nossas existências. Um só mundo, um só ambiente, uma só causa.

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